Friday, January 14, 2005

Pense como um empreendedor

O ser empreendedor é controverso. Pode ser criado/educado ou é de nascença? Quais são as características essenciais? Enfim, estudos, acadêmicos e mesmo empreendedores têm cada um sua receita.

Uma novidade para a lista de perfil desejado é que deve ter pensamento sistêmico. Segundo autor de uma reportagem da revista Entrepreneur, numa livre tradução, um pensador sistêmico é aquele que intui e vê as coisas como um todo, o inteiro, a integração da unidade, em oposição à mera soma das partes.

Um pensador sistêmico:
. transcende o mundo com o objetivo de transformá-lo
. é um inventor em vez de um engenheiro
. vê propósito em tudo e vê o sistema como uma realização do propósito
. vê significado em tudo e, se não, corre atrás até que o significado esteja claro, até que o sistema seja revelado em toda sua glória
. é possuído pelo significado das coisas.

Think Like an Entrepreneur
(revista Entrepreneur, em inglês)

Como vender qualquer coisa para qualquer um

Acho que tem um erro conceitual nessa mensagem publicada pelo Seth Godin que vale comentar.

O título é "Como vender qualquer coisa para qualquer um em um passo". A instrução dada foi fazer (vender) algo que as pessoas querem. Ora, se é pra oferecer só o que as pessoas querem então não dá pra vender qualquer coisa pra qualquer um.

De qualquer forma, o que ele quer dizer é que muitas coisas vendem-se sozinhas.

How to Sell Anything to Anyone
(blog do Seth Goding, em inglês)

Thursday, January 13, 2005

Projeto R - localização

Empreendimentos prestadores de serviço, sobretudo comércio e restaurante, têm o resultado fortemente relacionado com a escolha da localização. Não é à toa que um dos principais passos na abertura de lojas das grandes redes de fast-food ou franchising envolve um profundo estudo de geomarketing. Mesmo com todo esse cuidado, nem sempre a escolha é feliz.

No nosso caso, a escolha da localização está sendo basicamente empírica (ou observação, experiência e intuição). Visualizamos alguns perfis sócio-econômicos como potencias clientes, mas, ainda não escolhemos nenhum deles. Ao contrário, já estamos olhando um local antes mesmo de sabermos quem será servido. Acho que é uma questão mais psicológica, a necessidade de envolver algo físico para sentir segurança. Por outro lado, é possível que apareça uma oportunidade de momento (um proprietário precisando vender o imóvel desesperadamente). Com isso, o processo inverteria-se. Definiríamos o público-alvo a partir do local escolhido.

O imóvel da padaria que mencionei na mensagem anterior fica num bom bairro residencial da cidade de São Paulo. Apesar de perto do centro e da Avenida Paulista, não é muito conhecido da maioria. O interessante é que a oferta de restaurantes, apesar de crescente, ainda é pequena, ou seja, bom potencial.

Uma outra estratégia que me agrada muito é ir direto para uma região onde a maioria dos concorrentes estão instalados. Teríamos a vantagem de estar num lugar com uma clientela formada, diminuindo assim os gastos e esforços de divulgação. Adicionalmente, como nossa proposta é diferenciada, uma comparação direta com os outros estabelecimentos do ramo seria muito benéfica. Há um trecho dos sonhos que se encaixa nesse perfil, onde estão alinhados 3 restaurantes movimentados da mesma especialidade. Infelizmente, o que não existe é um espaço disponível. Por enquanto.

Mais novidades nos próximos capítulos.

Projeto R - o início

Ontem aconteceu um fato que considero o pontapé inicial para a concretização de um projeto familiar, a montagem de um restaurante.
Visitamos um imóvel perto onde originalmente ficava uma padaria. O dono da casa nem deu tempo para que o negócio prosperasse. Por causa das baixas vendas, fechou apenas 8 meses depois da inauguração. Especificamente no caso desse negócio, o tempo de maturação deve ser mesmo maior, por causa do conceito diferente dos produtos. Infelizmente, não teve paciência suficiente (ou foi algum outro motivo que desconheço). Havia também um viés complicado para esta loja, o fato de ser filial de um empreendimento extremamente bem-sucedido .

Agora, voltado ao assunto principal desta mensagem.
O sonho do restaurante é acalentado há muito tempo, mas, ainda não temos nenhum tipo de planejamento formal. Mesmo assim, acreditamos bastante no potencial, pois não é apenas um capricho pessoal, mas, constatação de que existe um nicho mal explorado. Acho que dá pra chamar isso de intuição.

Fiquem de olho no blog. Acredito que será interessante acompanhar o desenrolar desse empreendimento.

Wednesday, January 12, 2005

Pequenas gentilezas

A TAM destaca-se pelo atendimento e qualidade do serviço. Em Agosto do ano passado, lançou uma campanha chamada Gentileza, onde procura ressaltar alguma dessas coisas que faz pelos clientes. O mais interessante é notar que muitas delas não são nada complicadas ou caras para se fazer.

Nesta segunda-feira, fiz uma rápida viagem familiar e fui ao aeroporto com o taxista de costume. Foram cerca de 50 minutos ouvindo uma rádio que toca um estilo que não está entre os meus preferidos (pelo contrário). Não é por isso que deixarei de usar seus serviços, tanto que continuamos a chamá-lo apesar da insistência "nessas músicas", mas, seria muito simpático se ele atentasse para o fato de que nem todos têm o mesmo gosto. Pra mim, a viagem de taxi pelo congestionamento de São Paulo teria sido muito mais prazeirosa ao som de rock ou mesmo noticiário.

Chegando ao destino, sugeri ao taxista (pensando mais em futuras viagens com o mesmo do que em qualquer outra coisa) : perguntar e colocar na estação de rádio preferida do passageiro. Uma pequena gentileza que agradaria muito e não custa absolutamente nada para implementar.

Quais pequenas gentilezas você pode fazer no seu negócio pelo seus clientes?

Inspire-se e faça acontecer.

Aceita-se milhas

Apresentação

Uma nova moeda está no ar... trocadilhos infâmes à parte, reportagem do The Economist e publicada hoje pelo Valor Econômico mostra que existem mais milhagens não utilizadas do que qualquer outra moeda no mundo, inclusive o dólar. Aos não-inicados, milhagens são créditos que companhias aéreas oferecem aos clientes inicialmente pelo uso dos seus vôos. Usados inicialmente como marketing e fidelização, tornou-se praticamente uma moeda corrente.

Outro importante setor que usa programas de fidelidades com pontuação são as empresas de cartão de crédito. Entre os mais reconhecidos estão o Membership Rewards da American Express.

Aproveitando a Oportunidade

Programas de fidelidade apresentam-se como boas fontes de oportunidades que podem ser aproveitadas de varias formas. Primeiramente, sua empresa pode oferecer créditos/milhas na venda de serviços/produtos, funcionando como um diferencial na decisão de compra dos clientes. Além disso, conta-se com a possibilidade de ser promovido pela empresas emissoras em seus catálogos e sites.

Uma outra oportunidade está em oferecer seus serviços/produtos em troca dos créditos. Neste caso, as emissoras procuram bens que sejam compatíveis com o perfil de seus clientes. Atente ao fato de que poderá existir um ágio no valor repassado pelas emissoras.

Eu mesmo já usei muitos pontos do Membership Rewards em trocas por livros na Fnac e assinatura de revista da Editora Abril.


Há mais milhas no 'ar' do que dólares

(Valor Econômico, para assinantes)

Programa Smiles da Varig
(site da empresa)


Programa Fidelidade da TAM

(site da empresa)

Membership Rewards da American Express
(site da empresa)

Friday, January 07, 2005

Uma megapromoção online por dia

Uma das estratégias do varejo é atrair clientes com promoções de determinados produtos para fazer dinheiro de verdade com outros. E no online não é muito diferente.

Uma empresa americana, Woot, optou por um caminho diferente: vender apenas um único produto com mega-desconto por dia. E não é o dia inteiro, mas, apenas quando os estoques durarem. Ah, o tamanho do estoque também não é informado. Essa estratégia criou não só uma terrível viralidade (boca-a-boca), mas, também uma assiduidade diária gerada pela curiosidade em saber qual a promoção do dia. São, em média, 100 mil hits diários (cada visitante pode corresponder a vários hits) no website, com pico de 200 mil no final-do-ano.

Com apenas 6 funcionários, a empresa declara faturamento anual de US$ 10 milhões e tem a vantagem competitiva de ser ligada a um atacadista de eletroeletrônicos.

Lembro que tivemos um site desses no Brasil na pré-bolha. Diferentemente da maioria das pontocoms da época, o CanalVip (ou alguma-coisa-vip) era ligado a um fabricante de eletroeletrônicos, a coreana LG. Acabou fechando por desempenho insatisfatório. Agora, os tempos já são outros...

The Wonders of Woot
(Business 2.0, em inglês)

Wednesday, January 05, 2005

Como vender uma camisa por 200 mil dólares?

Mal acabei de postar a mensagem anterior e já recebi email de um leitor com um exemplo mais familar aos brasileiros.

. Quanto vale uma camiseta de algodão? Uns R$ 10 reais.
. Quanto vale uma camisa oficial da seleção brasileira? Mais de R$ 150.
. Como vender uma camisa por US$ 200 mil?

Esse foi o valor pago em um leilão em 2002 pela camisa usada pelo Pelé na final da Copa de 70. Você não é nenhum Pelé para ter sua roupa vendida por 200 mil dólares, mas, pode adicionar emoção e história ao seu negócio (produtos e serviços) para agregar valor e criar diferencial.

Como vender um pedaço de madeira por 1 milhão de dólares
(blog Idéias de Negócios)

Camisa de Pelé vendida por U$ 200 mil
(O Estado de São Paulo, 27 de março de 2002)

Como vender um pedaço de madeira por 1 milhão de dólares

Essa nota bebe na mesma fonte da campanha Não Tem Preço da MasterCard e conta como um pedaço de madeira entra pra história. Tradução livre:

. Quanto vale um pedaço de madeira de 34 polegadas? Não muito.
. Quanto vale o mesmo pedaço transformado em taco de beisebol? Cerca de US$ 100.
. E como esse taco consegue ser vendido por US$ 1. 265.000 ?

É possível se o taco foi usado pelo Babe Ruth no primeiro home-run do jogo inaugural do New Yankee Stadium, em 18 de Abril de 1923. O jogador foi uma das maiores legendas do esporte nos EUA e esse foi o valor pago num leilão em 3 de Dezembro de 2004, no Sotheby´s de Nova Iorque.

Esquematizando:
. Matéria-prima = $
. Matéria-prima + Mão-de-obra = $$
. Matéria-prima + Mão-de-obra + Uma história / emoção = $$$$

How to Sell a Piece of Wood for $1.63 Million
(Marketing Eye, em inglês)

Propaganda amorosa de aluguel

Circula pela internet uma brincadeira que mostra ferramentas e conceitos de marketing aplicados a "conquistas românticas". No marketing direto, por exemplo, o personagem está numa festa, vê uma garota atraente do outro lado da sala, chega pra ela e diz: "Sou bom de cama".

Na piada, a propaganda é mostrada da seguinte forma:
Você vai a uma festa e vê uma garota atraente do outro lado da sala. Você dá um toque em seu amigo. Ele chega pra ela e diz: "Oi, meu amigo ali é muito bom de cama. O que vc acha?"

Na vida real, a força da propaganda (boca-a-boca?!?!?!) nessa área parece que funciona mesmo, tanto é que já foi transformada em negócio: WingWomen, uma empresa americana que pretente facilitar a conquista amorosa em ambientes públicos. Por US$ 50 a hora, uma moça freelancer da companhia (a WingWomen - escolta no jargão militar) acompanha o cliente em bares e restaurantes na sua busca amorosa. Ao avistar uma pessoa interesse, a WingWomen entra em ação para o trabalho de sondagem, preparação de terreno e quebra de gelo. Feitas as devidas apresentações, o resto (a conquista em si) fica a cargo e responsabilidade do próprio contratante.

Inagurada em 2003 na cidade de Nova Iorque, a empresa já atendeu mais de 100 clientes e conta com uma equipe de 25 wingwomen´s.

WingWomen
(site da empresa, em inglês)

Marketing aplicado a conquistas amorosas
(resultado de busca do Google)

Negócios de segurança

A insegurança em que vivemos nas grandes cidades também gera negócios. Para alguns, é uma atividade oportunista que se aproveita da vulnerabilidade da sociedade. Mas, o risco que corremos é fato e quem apresenta uma solução pode e deve ser bem remunerado.

Quando pensamos em oportunidades na área de segurança, geralmente vem à cabeça serviços como vigília patrimonial, guarda-costas e seguros, e equipamentos como alarmes, travas, etc. Mais recentemente, surgiu nos EUA um novo nicho no setor: limpeza de cenas de morte/crime.

Logo que vi a chamada da matéria, imaginei algo como o "serviço" usado em filmes de ação, onde o assassino chama um "amigo" para se livrar do corpo, das pistas e limpar a cena. Na verdade, esse serviço da vida real não é muito diferente da ficção, mas, é usado em outro momento (depois que a polícia já está envolvida) e com outras motivações (mão-de-obra especializada e evitar o sofrimento que parentes possam ter com a limpeza).

A matéria comenta que o agravamento de doenças contagiosas como HIV e hepatite também ajudou a popularizar o serviço. Nos EUA, já são centenas de empresas cobrando valores a partir de US$ 500 por algumas horas de serviço e os clientes são parentes e amigos dos mortos ou empresas (motel) onde o crime aconteceu.

Company Cleans Up Grisly Death Scenes
(phillyBurbs, em inglês)

Sites de empresas
Tragic Solutions
Biohazard Solutions
AfterMath

Leitura Empreendedora

Salve, empreendedores!

Retornei ontem da Bahia, onde passei o Reveillon. Como escrevi em post anterior, não dá pra desligar o radar nas férias, apenas diminuir ou mudar o foco. Comentarei mais pra frente.

Como leitura de viagem, levei o recém-lançado Paixão por Empreender, de Andy Freire. Uma das razões da escolha foi o fato de ter acompanhado, mesmo de longe, uma das empresas do autor, a Officenet. Criada na Argentina, terra natal do Andy Freire, a empresa chegou ao Brasil com a ajuda do site Submarino, onde trabalhei. Ainda estou no início do livro, por isso, não tenho como fazer uma resenha. Por isso, postarei comentários no decorrer da leitura.

Paixão por Empreender: Como Colocar Suas Idéias em Prática
Andy Freire
Editora Campus